terça-feira, 26 de julho de 2011

Sabemos que amamos quando...

"Sabemos que amamos alguém quando suas dores se tornam nossas dores. Querer viver sem nenhuma dor é querer viver sem amar. Amar é também correr o risco da dor. Amor não é dos fracos, mas dos fortes capazes de suportar a dor alheia."
Jung Mo Sung
Obrigada.
Beijos, Ariana.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Errr..

não, essa não sou eu
Pois é, então eis que a previsão do post Eu e a minha boca grande... aconteceu. Quer dizer, não exatamente, mas é como se fosse. Explico: outro dia cheguei em casa a noite e minha mãe estava na sala vendo TV. Ela assistia ao programa da Hebe, que entrevistava o Ney Matogrosso na ocasião (boa entrevista, por sinal). Então eu, já imaginando que homossexualidade seria um dos temas, sentei pra assistir com ela. Aí em dado momento da entrevista (mais precisamente a partir de 4:31 dessa parte) Ney diz que acha lindo duas mulheres femininas juntas e Hebe responde que não, que duas mulheres femininas não namoram. Ney diz que ela está enganada, que namoram sim! E Hebe insiste que não, que ela, por exemplo, é mulher e acha a Patrícia (jornalista que participa da entrevista) linda, mas que não a beijaria. Nisso, eu ria, minha mãe ria, eu dizia concordar com Ney que Hebe estava enganada, que duas mulheres femininas ficam SIM e que isso não tem nada a ver.  Até que minha mãe vira pra mim e manda: 

Mãe: – E vc, pegaria uma mulher? (Pois é, uma hora a pergunta viria...)
G: – Não vejo problema nenhum nisso... (Achando que é malandra e saindo pela tangente)
M: – Cruz credo!
G: – ...

A entrevista segue, Ney reforça que Hebe está enganada até que ela questiona se 'será que está desatualizada?' e o assunto muda. (Devo até dizer que não me pareceu má vontade ou má fé por parte da Hebe não. O que pareceu foi bastante ingenuidade, digamos assim)

Bem, e as minhas considerações sobre o caso são:
1. Sim, eu verbalizei minha discordância de propósito.
2. Sim, é obvio que, dado o fato de que eu sempre fiz questão de me posicionar contra homofobia e de dizer que ser gay não tem nada de absurdo, eu já imaginava que em algum momento ia acabar surgindo esse tipo de questionamento por parte do meu pai ou da minha mãe.
3. Não, eu não pretendo omitir pra sempre dos meus pais que eu própria sou gay.
4. Acho, inclusive, que da pra tomar isso como um belo inicio de out.
5. Vale olhar pelo lado bom de que a reação podia ser pior, já que pelo menos ela não quis me exorcizar ou nada do tipo? I hope so!!


PS: Caso não tenha ficado claro, eu vou contar um dia, mas que não é hoje, nem amanhã, nem depois.


Beeijos, Geminiana.

sábado, 16 de julho de 2011

All the small things

Well, e neste exato momento eu tenho a mulher mais linda do mundo dormindo na minha cama, aqui ao lado. Ariana veio passar o fim de semana aqui em casa. E são nesses raros e preciosos momentos que eu percebo ainda mais o quanto eu a amo. Parecem coisas pequenas, mas tê-la aqui na minha casa dormindo, cozinhando, tomando banho, me buscando na aula de dança, indo comigo ao supermercado é indescritível!! É uma sensação de plenitude, uma das melhores que já tive na vida. Olhar pro lado e saber que meu amor está ao alcance de alguns passos, que posso beijá-la a qualquer momento, que dormiremos abraçadinhas, que serei acordada com beijos, que vamos tomar café juntas de manhã. Depois levá-la na porta e me despedir com beijos quando ela vai trabalhar, voltar pra cama e ficar lembrando de cada segundo do dia e da noite que passamos, e esperar ansiosa que ela volte logo do trabalho. Tudo isso não tem preço, e eu daria tudo pra que pudesse se repetir mais vezes.


Em tempo, hoje, cozinhando, tivemos uma mostra do quanto morar juntas não daria certo. Cada uma tem o seu jeito muito especifico de fazer as coisas, de lidar com a casa. Eu sou fresca com alguns tipos de limpeza, não deixo sentar na cama com roupa de sair, gosto de deixar a cozinha arrumada enquanto cozinho, não gosto de nada fora do lugar.. Ela é mais tranqüila, não é tão fresca quanto eu, só arruma a cozinha quando acaba de cozinhar, não grila tanto com um sapato fora do lugar. On the other hand, eu detesto lavar louça, vivo a maior parte do tempo de comida congelada, não tenho a mínima paciência pra limpar a casa, tem épocas que eu preciso do meu quarto bagunçado" (na verdade o que é bagunçado aos olhos dos outros, os meus é  organizado de maneira diferente).. E ela acha tudo isso fundamental, acha um absurdo eu não come comida saudável", tem uns surtos de ir a limpar a casa do nada numas horas que eu nunca to afim, não vê o menor cabimento em eu manter uma bagunça proposital no quarto. Isso só pra citar algumas de nossas divergências domésticas. - Por que elas existem em vários outros campos.
É, acho que no fim, nós concordamos em discordar. E concordamos também que, pra segurança do futuro da relação, morar juntas não daria muito certo. 


Beeijos, Geminiana.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Momento de duvida. Muita duvida...

Pausa para um momento homofóbico da onde menos se esperava.

A Geminiana já havia escrito aqui sobre a felicidade de conhecer a minha futura madrasta, sobre a ótima impressão que foi causada e de como ela parecia liberal.

Porém,todavia e contudo eu fui pega de surpresa em um momento descontraido e familiar. ( Familiar virgula, meus futuros parentes)

Num raro domingo que resolvi passar em casa, aceitei almoçar com aqueles, que no futuro  poderei chamar de tio , tia e prima.Não, eu não vou fazer isso.

Na verdade, os meus futuros parentes são amigos de longa danta de meu pai, o Senhor Incognita. Então foi tudo muito tranquilo. Eu já conheço todo mundo há bons anos...
Até que, em um dado momento uma amiga - homofobica, digamos de passagem - da minha futura madrasta resolveu soltar essa:

- Ih, agora a *fulana* resolveu passar pro outro lado. Tá de cabelo curtinho, parece um menininho.

Por um breve momento todos ficaram em silêncio.

- Verdade? - Minha futura tia perguntou em tom de lamentação - Não brinca?! Ela era tão bonita...

- Pois é! - A homofóbica levantou injuriada. Ela realmente estava indignada com a menina que "passou pro outro lado" - Eu não aceito essas meninas! Eu não consigo entender. Esse négocio de mulher com mulher. Meu Deus não tem nada a ver. Parece que virou moda. Deus me livre

E eu que estava no sofá , olhando , de repente senti muitas coisas. Revolta, vergonha, indignação  e acima de tudo, muita vontade de falar. Porém , achei melhor não ME defender. E não defender as pessoas do "outro lado" já que meu pai estava no mesmo ambiente.
E para piorar a situção a minha futura madrasta, a que seria a primeira a saber sobre a minha situação', estava na cozinha ouvindo o breve papo, e participou:

- Pois é! Parece que virou moda, essa coisa de menina com menina. Um absurdo. Tambem não acho possivel que duas mulheres sintam ...

E então a minha futura tia a cortou:
- Mas acontece que tudo isso pode ser explicado...

E então não sei como, a minha madrasta apareceu com a canjica e cortou o assunto bruscamente.

Foi tudo muito rápido, foi tão rápido que por pouco quase não peguei a conversa. Porém a duvida surgiu de imediato. Eu deveria levar em consideração o apoio da minha madrasta ao fato de não aceitar lésbicas ou apenas concluir que ela concordou pra não discordar? Já que ela mesma cortou o assunto muito rápido.

De qualquer forma, outro fato me chamou a atenção. Meu pai observou a conversa e não falou nada. Se fossem outros tempos, podem ter certeza, ele teria se metido na conversa e concordado com a amiga da madrasta.... Interessante não?

Beijos, Ariana